Ibovespa fecha em queda de 1,34% com prisão de Temer e foco na Previdência

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Depois da frustração com a proposta de previdência dos militares, o mercado brasileiro de ações foi surpreendido pela notícia da prisão do ex-presidente Michel Temer e de seu ex-ministro Moreira Franco. O temor de que o episódio trouxesse desdobramentos políticos mais graves levou o Índice Bovespa a registrar perdas expressivas até o início da tarde, mas foi reduzido ao longo do período. O indicador terminou o dia aos 96.729,08 pontos, com baixa de 1,34%. Nos piores momentos, chegou a cair 2,64%.

Segundo analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o nervosismo inicial com as prisões feitas pela Polícia Federal foi reduzido à medida que não foram encontrados argumentos convincentes de que o caso tenha potencial para comprometer a tramitação da reforma no Congresso. No entanto, afirmam que o assunto está apenas começando e nada impede que novos desdobramentos mudem o cenário. O noticiário daqui em diante, afirmam, será acompanhado de perto.

"A prisão de um ex-presidente mostra uma série de sinais. O sinal positivo é mostrar que ninguém no País está acima da lei. Por outro lado, há sempre a possibilidade do surgimento de nomes de outros políticos com algum envolvimento em irregularidades. A política é uma teia complexa e nunca se sabe onde um evento vai chegar", disse Shin Lai, estrategista da Upside Investor.

Para o estrategista, houve exagero do mercado ao longo do dia, que acabou sendo reduzido aos poucos. Segundo ele, a frustração do mercado com a economia aquém do esperado na revisão dos militares, somada à prisão de Temer, foi boa justificativa para incentivar uma realização de lucros que o mercado já vinha querendo fazer.

Para Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora, a aceleração dos ganhos das bolsas de Nova York à tarde foi outro fator a contribuir para amenizar perdas no Ibovespa. "Apesar de andar na contramão do mercado internacional, não havia como a bolsa ignorar a melhora em NY", afirma. "Mas, a partir de agora, o mercado terá de dividir atenções com mais um assunto, uma vez que os desdobramentos das prisões de Temer e Moreira Franco ainda podem gerar volatilidade", afirmou.

Na análise por ações, o destaque de queda ficou mais uma vez com o setor financeiro, que amarga as maiores perdas também no acumulado da semana. Banco do Brasil ON perdeu 1,20%, Itaú Unibanco PN caiu 1,76% e Bradesco PN terminou o dia com baixa de 2,20%. Além das ações do Banco do Brasil, outros papéis do "kit Brasil" tiveram perdas expressivas. Foi o caso de Eletrobras PNB (-2,90%) e Petrobras ON (-2,00%). No caso da petroleira, além do aumento da percepção de risco político, houve influência dos preços do petróleo, que caíram no mercado internacional.

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