Dólar tem quinta alta seguida e vai a R$ 3,7606

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O dólar teve o quinto dia seguido de valorização e fechou nesta segunda-feira, 21, em R$ 3,7606, com alta de 0,20%. Por conta do feriado nos Estados Unidos, o volume negociado no mercado doméstico foi três vez menor do que em um dia normal. O cenário externo, marcado pela valorização do dólar ante moedas de emergentes, como México e Turquia, e países exportadores de commodities, como Austrália, acabou pressionando as cotações locais. As mesas de câmbio também monitoraram a chegada do presidente Jair Bolsonaro em Davos e as denúncias envolvendo seu filho Flávio ficaram no radar dos investidores, embora não tenham sido um catalisador para os preços nesta segunda-feira.

O dólar desacelerou o ritmo de alta na parte da tarde, mas pela manhã chegou a bater em R$ 3,78, a máxima do dia, por conta cautela no mercado internacional após a divulgação de dados da economia da China que reavivaram preocupações sobre os rumos da economia mundial. Em seguida, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da economia global, o que alimentou o tom de cautela dos investidores.

Os economistas do Société Générale observam que a "elite empresarial global está fazendo a rota anual para Davos" em meio ao aumento destas preocupações com o PIB mundial. Por aqui, o foco é a participação da comitiva brasileira, encabeçada por Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A expectativa dos estrategistas do JPMorgan é que o presidente dê o "sinal verde" para a reforma da Previdência após sua volta da Suíça. A ansiedade pelo texto final cresce, na medida em que não se conhece nada de concreto da reforma, apenas menções na imprensa, ressalta o JP. O Fórum Econômico Mundial, em Davos, começa nesta terça-feira e Bolsonaro será o primeiro presidente latino-americano a discursar na sessão inaugural.

Operadores destacam que as suspeitas de irregularidades nas movimentações financeiras de Flávio Bolsonaro ficaram no radar das mesas, mas sem influência nos preços. Um dos temores é que, se as denúncias avançarem, possam começar a influenciar o cenário para o andamento da Previdência no Congresso. Por enquanto, o foco do mercado é na apresentação da proposta final, que espera que se aconteça na volta de Bolsonaro de Davos, ressalta o economista para América Latina da Continuum Economics, Pedro Tuesta, em relatório. Ele destaca que o otimismo dos investidores se reduziu nos últimos dias, justamente pela falta de uma melhor visão sobre os termos da reforma. Até que o texto apareça, ele espera que o dólar fique na casa dos R$ 3,75 para cima.

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