Bolsas de NY fecham em leve queda, de olho em Fed e paralisação

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As bolsas de Nova York fecharam em leve queda nesta sexta-feira, 11, em um movimento de realização de lucros depois de uma semana marcada por quatro altas consecutivas em meio aos comentários considerados "dovish" de diversos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Investidores monitoram, ainda, a paralisação do governo federal nos Estados Unidos, que caminha para se tornar a mais longa da história.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,02%, a 23.995,95 pontos, mas avançou 2,43% na semana. O S&P 500, por sua vez, caiu 0,01%, para 2.596,26 pontos, com alta semanal acumulada de 2,56%. Já o Nasdaq cedeu 0,21%, aos 6.971,48 pontos, e subiu 3,67% na semana.

Os comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, e de outros dirigentes da instituição ao longo desta semana levaram os mercados acionários a registrarem quatro altas consecutivas. Na quinta-feira, Powell afirmou que a economia americana está "sólida", mas chamou atenção para os riscos da desaceleração global, o que poderia levar o banco central americano a ser mais cauteloso em sua trajetória de aperto monetário ou até mesmo a paralisá-la.

A perda de ímpeto ao redor do globo foi classificada pelo vice-presidente do Fed, Richard Clarida, como "ventos contrários" à atividade em solo americano. Hoje, uma nova queda na produção industrial na zona do euro ecoou os comentários, também refletidos na fala de outros dirigentes. Na Itália, o recuo da atividade industrial em novembro, na comparação mensal, foi mais acentuado do que as expectativas, apontou o economista sênior do Intesa Sanpaolo, Paolo Mameli. Ele alertou, ainda, para o risco de uma recessão técnica no país. O indicador fecha uma semana em que a produção industrial da Alemanha e França também decepcionou.

O otimismo reforçado pelo Fed em relação à economia no país, no entanto, não é refletido totalmente nos dados, como indicado pela deflação mostrada pelo índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, que recuou 0,1% na passagem de novembro para dezembro. Em base anual, o indicador mostrou avanço de 1,9%, no ritmo mais lento desde agosto de 2017, o que, para a economista-chefe da Stifel Economics, Lindsey Piegza, indica que o Fed "tem sido resistente a reconhecer sinais precoces de fraqueza da economia doméstica".

Enquanto aguardam também por mais sinais das negociações no âmbito do comércio entre as duas maiores potências do mundo, a paralisação do governo federal em solo americano chega ao 21º dia, a caminho de se tornar a mais longa da história - o que acontecerá se completar esta sexta-feira sem uma solução.

Para analistas do Swissquote, os riscos de uma extensão do desligamento da máquina pública e uma potencial declaração de emergência nacional, o que o presidente Donald Trump afirmou hoje que não fará "tão rápido", poderiam pesar de forma desfavorável nos mercados acionários, enquanto se elevam preocupações sobre os impactos econômicos que podem causar. Ontem, o JPMorgan reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) anualizado dos EUA no primeiro trimestre de 2019, de 2,25% para 2,0%, por conta da paralisação.

Há, ainda, a expectativa pelo início da temporada de balanços relativos ao quarto trimestre de 2018, na próxima semana, quando os principais bancos americanos divulgam resultados, assim como a Netflix. O papel do serviço de streaming avançou 3,98% hoje, depois que analistas elevaram sua recomendação e preço-alvo da ação, como o UBS.

A ação da General Motors (+7,05%) também saltou após a empresa elevar a projeção de lucro em seu guidance para 2018, antes de divulgar os resultados completos, no mês que vem. A companhia afirmou ainda que seus resultados finais devem crescer em 2019, já que espera que a demanda por automóveis permaneça resiliente em seus dois maiores mercados - China e EUA.

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