Ciro admite eventual novo imposto, mas que atingiria apenas os mais ricos

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O ex-governador do Ceará Ciro Gomes disse nesta segunda-feira, 21, que a ideia de um novo imposto, nos moldes da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) não está definida, mas que, se vier a acontecer, será focada em transações acima de R$ 2 mil, o que deixaria 80% das operações de fora, em seus cálculos.

"No meu governo, vou diminuir os impostos sobre a classe média e os mais pobres e vou aumentar sobre os mais ricos", disse o pedetista, que foi sabatinado pelo SBT, portal UOL e "Folha de S.Paulo". "A CPMF é um tributo ruim tecnicamente, porém, a crise do país é tão grave que um imposto do tipo está sendo considerado", afirmou, reiterando que, caso a ideia venha a ser abraçada, ela terá seu anúncio feito antes das eleições.

Seguindo nessa mesma linha de orientar suas políticas diferenciando o trato aos mais ricos e dos mais pobres, o pedetista criticou a reforma trabalhista e o teto de gastos do governo. Sobre a primeira, classificou o texto aprovado como uma "selvageria", explicando que gera informalidade no mercado de trabalho.

Em relação ao segundo tema, Ciro criticou o fato de que os gastos cerceados pelo teto sejam justamente os que atingem as famílias de menor renda, como educação e saúde, ao passo que o serviço com juros fica de fora.

Questionado sobre como trataria o tema das despesas públicas, Ciro disse que poderia ser imposto um limite ao crescimento dos gastos como um todo, da mesma maneira que é feito nos Estados Unidos. "Vai para a lei plurianual, todos os gastos de uma vez só. Quando chega ao limite, o governo para e há uma discussão sobre realocação", disse o presidenciável, se referindo aos "shutdowns" que ocorreram no governo norte-americano nos últimos anos.

Sobre a forma como pretende governar, Ciro disse que pretende aproveitar os seis primeiros meses de mandato, quando todos os presidentes eleitos tiveram "poderes presidenciais", para enviar as reformas política e fiscal ao Congresso. Ele negou ser preciso se curvar ao "presidencialismo de coalizão" e disse ser possível encaminhar as reformas apresentando um programa antes e negociando com um Congresso que já tem "predisposição para mudança" uma reforma do pacto federativo.

"Não vai ter cavalo de pau, não vai ter quebra de contrato", disse o ex-governador. Caso esse esforço não renda frutos, disse, é possível se utilizar ainda de mecanismos de participação direta, como plebiscitos e referendos. "O deputado aqui é como em qualquer lugar do mundo, quer sobreviver. Podemos tirar esse peso das costas dos parlamentares colocando via plebiscito ou referendo" algumas matérias, disse.

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