Família e morte na aventura de 'Liga da Justiça'

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Era segredo, mas se a ideia é que continuasse sendo, virou segredo de Polichinelo. Liga da Justiça abre-se com um recorte velho de jornal esvoaçando no alto de um prédio - Superman morreu. No material promocional do longa que estreou na quinta, 16, a par da frase "Ninguém salva o mundo sozinho", há uma imagem do Batman e, ao redor, os quatro super-heróis que ele agrega na trama - Flash, Ciborgue, Aquaman e, claro, Mulher-Maravilha. Um novo pôster já está circulando na rede e tem o Superman. Mas, como, se ele morreu? Alguém aí falou em ressur...? Por via das dúvidas, quem ainda não viu e quer manter o segredo - a Warner agradece -, é bom deixar para ler o texto depois.

A pergunta que não quer calar - Liga da Justiça é bom? É ótimo! Alguns exageram, dizendo que é o melhor filme da DC, mas quem pensa assim não reza na cartilha de Zack Snyder nem aprecia seus dois Superman. Do ponto de vista da indústria, é até um milagre que tenha dado certo. Em maio, ocorreu a tragédia - a filha do diretor, Autumn, matou-se, tirando a família do eixo. Quase na sequência, houve o estouro de Mulher-Maravilha, que cravou Gal Gadot no panteão dos super-heróis (super-heroínas). O estúdio aproveitou para redimensionar a participação da Wonder Woman na Liga. Joss Whedon foi chamado para rodar cenas adicionais. E, se tudo isso já desestabilizava o projeto, Ben Affleck, tendo abandonado a direção do próximo Batman, permaneceu só como ator, sem poder de decisão. A consequência é que Liga foi reformatado - completamente.

O Homem-Morcego pode estar no centro do pôster, mas quem agrega o grupo é a Mulher-Maravilha. Diana/Gal Gadot tenta, inclusive, aliviar a consciência de Bruce Wayne. A mãe, a namorada, o mundo choram a perda imensurável. E aí ocorre o que parece impossível - o retorno de Henry Cavill, numa cena que foge, por completo, ao figurino do cinema de super-heróis. Por surpreendente que seja, faz sentido. O crédito final é de Zack Snyder. Se existe um autor de Liga da Justiça, por mais que tenham somado Joss Whedon e o roteirista Chris Terrio, que reescreveu o material, é ele.

Snyder é o homem das mitologias. Produziu Mulher-Maravilha. Reconta a história das amazonas, conta a da Atlântida. O novo vilão é Lobo da Estepe e ele se alimenta de três fontes de energia, três caixas maternas entregues às amazonas, aos habitantes do fundo do mar e aos homens. Apesar dos esforços da liga capenga - sem Superman -, o Lobo adquire poderes cada vez maiores. Só o kriptoniano pode desequilibrar essa guerra. Desequilibrar, justamente. Porque, a despeito de um monte de gente ter-se envolvido na produção, mexendo aqui e ali, a persona que dá unidade ao conjunto é Snyder.

A trama de Liga da Justiça é uma soma de perdas. O pai do Flash está preso, Ciborgue virou um mutante por causa da experiência realizada por seu pai, que não queria perdê-lo, Aquaman foi abandonado pela mãe, ou assim lhe parece, e a Mulher-Maravilha ainda amarga o sofrimento causado pelo sacrifício de Steve Trevor. Toda essa gente se une para formar uma espécie de família - a liga.

Sempre a família para Snyder. Superman era sobre o pai, Batman Vs. Superman, sobre a mãe. E agora a família que é preciso unir, ou possível reconstituir. Liga é sobre a morte da filha de Zack Snyder. É o que junta todas as partes desse filme desequilibrado, meio Frankenstein, mas, no limite, uma grande aventura. Para quem acha que não, só mais uma dica. Zack surgiu com Madrugada dos Mortos, na vertente crítica de George A. Romero, sobre o ataque de mortos-vivos a um shopping (a América). Agora, outro morto, ressuscitado, vem salvar o mundo. Como pai, só na ficção Snyder pode conseguir isso.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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