Laís Bodanzky, 'Como Nossos Pais' e a mulher na indústria do audiovisual

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Laís Bodanzky tem uma das carreiras mais exitosas do cinema brasileiro da chamada "Retomada". Com Bicho de Sete Cabeças, ela venceu os festivais de Brasília e do Recife. Com As Melhores Coisas do Mundo, bisou o Cine PE. Faltava Gramado e ela venceu este ano com Como Nossos Pais. Seis Kikitos, incluindo filme e direção. Seus filmes diferem, mas no fundo são os mesmos. Personagens sensíveis, histórias humanas. Um garoto que conhece o inferno do sistema manicomial (Bicho), o típico adolescente em crise (As Melhores Coisas) e o "tal" feminismo (Como Nossos Pais). Todos esses filmes abordam relações de família, e o conflito de gerações. O corpo estranho, mas não é, poderia ser Chega de Saudade, sobre um clube de terceira idade.

Filha de diretor - Jorge Bodanzky, autor de um título emblemático do cinema brasileiro: Iracema, Uma Transa Amazônica -, Laís admite que pode ter feito outros filmes preparatórios para esse, mas a urgência do discurso feminista surgiu nesse momento. E não é certo que vá perseverar - o próximo filme, com Cauã Reymond, será sobre a juventude de d. Pedro, o 1.º, um notório mulherengo. "Vai ser uma delícia fazer." Vai mudar o personagem, não necessariamente o discurso. O que lhe interessa é sempre a espessura dramática. Como se não bastassem todos os problemas de Rosa/Maria Ribeiro, ainda tem mais um. A mãe, com quem ela vive em litígio, está morrendo de câncer.

É demais, mas Laís, guerreira do feminismo, não muda sua estética. O filme bate na tela com suavidade. O elenco todo, o ex-marido e corroteirista Luiz Bolognesi dizem a mesma coisa. Laís institui no set uma ditadura suave. Sem grito, mas com persuasão, ela convence todo mundo a fazer exatamente como quer. Ela acha graça da definição.

A força da persuasão - seu agradecimento em Gramado não poderia ter sido mais engajado. "Somos poucas (as mulheres na direção e no roteiro) e esse é o espaço do discurso, no qual a gente coloca nossas ideias. Essa consciência é muito nova na minha vida, mas é uma reflexão necessária. Será que nós, mulheres, não queremos dirigir nem roteirizar? Somos apenas 15% na indústria do audiovisual. Por quê? É importante refletir, porque não é que a gente não queira contar nossas histórias, mas há um filtro. É preciso romper com isso e conquistar o espaço do discurso."

Para avançar nessa conquista, Laís teve sua tropa de choque - o maravilhoso elenco de seu filme. Foi o segundo Kikito de coadjuvante para Clarisse Abujamra, que já venceu o prêmio por A Coleção Invisível, em 2013. Clarisse é extraordinária como uma mulher madura e sensual. "Foi tudo muito rápido", ela diz. "Laís me chamou, fizemos algumas leituras de mesa, mas o essencial já estava no roteiro." Uma das mais belas cenas mostra Clarisse ao piano, tocando justamente Como Nossos Pais, de Belchior. "Queria o título, mas não a letra da música", diz a diretora. "A Clarisse tocando só a versão instrumental foi um achado. Saiu muito melhor do que imaginava." E Paulo Vilhena trouxe para a realidade a luta de seu personagem antropólogo - em Gramado, ao receber seu Kikito, ele bradou "fora, Temer e viva a Amazônia", criticando o presidente por extinguir a reserva e permitir a mineração. O protesto, também de Gisele Bündchen, ecoou e, na segunda, o presidente recuou.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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