Evidência sugere retomada gradual da atividade ao longo de 2017, diz Ilan

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O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou na noite desta segunda-feira que a economia brasileira tem mostrado sinais mistos, mas compatíveis com a estabilização no curto prazo. "A evidência sugere uma retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017, mas que pode ser mais (ou menos) demorada do que a antecipada", disse.

A avaliação faz parte de discurso feito em jantar oferecido pelo Museu Judaico de São Paulo. A reunião não foi aberta para imprensa, mas os principais pontos da fala do presidente do BC foram publicados no site da autoridade monetária.

Segundo Ilan, a política monetária deve contribuir para a retomada econômica, complementada por outros esforços do governo. "O crescimento econômico sustentável depende de níveis crescentes de produtividade. Por isso, é imprescindível a continuidade de vários esforços, como os que estamos empreendendo no Brasil", declarou.

Na avaliação do presidente do BC, é essencial a aprovação de reformas macroeconômicas, em especial as fiscais, como a reforma da Previdência. "O mesmo se aplica às reformas microeconômicas relacionadas a ganhos de eficiência, maior flexibilidade da economia e melhora do ambiente de negócios. Isso inclui a reforma tributária e trabalhista. É importante a realização de investimentos em infraestrutura, através das concessões e de outros mecanismos", afirmou.

Ilan também disse que o processo de flexibilização da política monetária e a adoção de medidas de caráter estrutural devem contribuir para a queda do custo de crédito. "A redução estrutural e sustentável do custo do crédito envolve um conjunto de reformas microeconômicas para o aumento da eficiência e da produtividade da economia", disse.

Em seu discurso, Ilan lembrou a chamada agenda BC+, que prevê várias ações para a redução sustentável do spread bancário, que, segundo ele, propiciam condições para tornar o crédito mais barato. Entre essas ações estão: incentivar a adimplência e a agregação de garantias, diminuir os custos administrativos, aumentar a concorrência no SFN (Sistema Financeiro Nacional) e diminuir subsídios cruzados. (André Ítalo Rocha e Fernando Nakagawa - andre.italo@estadao.com; e fernando.nakagawa@estadao.com)

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