Avanço da covid-19 e protestos marcam o Dia da Independência nos EUA

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Os Estados Unidos comemoram neste sábado (4) o Dia da Independência em meio a um horizonte sombrio marcado pelo avanço do novo coronavírus, protestos contra o racismo e um controvertido discurso do presidente Donald Trump. A pandemia de covid-19 provocou o fechamento de praias populares - normalmente lotadas no fim de semana de 4 de Julho - nas partes extremas do país, já que a Califórnia e a Flórida registram aumentos alarmantes de novos casos de coronavírus. Em todo o país, desfiles foram cancelados e reuniões familiares foram adiadas em razão da preocupação com as viagens aéreas e a propagação do vírus.

Alguns eventos foram realizados virtualmente enquanto Estados e cidades enfrentam um aumento dos casos de coronavírus e aplicam uma mistura de avisos e proibições. Miami Beach, por exemplo, impôs um toque de recolher para o fim de semana e tornou obrigatório o uso público de máscaras. A Flórida registrou neste sábado um novo recorde de infecções, 11.458 novos casos em 24 horas. Desde março, o Estado teve 3.702 mortos e mais de 190 mil casos.

Nos EUA, o número de mortes por coronavírus aproxima-se dos 130 mil, cerca de um quarto do total mundial, e o de infectados passou de 2,8 milhões.

Estima-se que 80% dos eventos foram cancelados este ano. Normalmente, o destaque são os shows de fogos de artifício, que geralmente reúnem milhares de pessoas. Em meio a mais sinais confusos, as autoridades locais de Washington desencorajaram os moradores de se reunir na Esplanada Nacional para assistir à queima de fogos. Mas Trump planejava estar na esplanada para fazer uma "saudação aos EUA" acompanhada de música e aviões militares. Antes de ir à esplanada, ele realizou uma festa na Casa Branca que reuniu centenas de pessoas, ignorando o novo surto de contágio que alarma as autoridades de saúde.

Embora o patriotismo e a unidade nacional sejam frequentemente exaltados nos discursos dos presidentes no 4 de julho, Trump atacou os protestos contra o racismo desencadeados pela morte de George Floyd por um policial branco em seu discurso na sexta-feira à noite em Mount Rushmore.

Apesar de a maioria dos protestos ter sido pacífica, o presidente, que busca a reeleição em novembro e quer mobilizar sua base política, denunciou "caos violento" nas ruas dos EUA e acusou os manifestantes de realizar "uma campanha implacável para apagar nossa história, difamar nossos heróis, apagar nossos valores e doutrinar nossos filhos".

O democrata Joe Biden, que disputará a eleição com Trump, mostrou um tom diferente das tensões raciais no país. "Nossa nação foi fundada em uma ideia simples: todos somos criados iguais. Nunca cumprimos, mas nunca paramos de tentar. Neste Dia da Independência, não apenas comemoramos essas palavras, como finalmente nos comprometemos a segui-las", disse Biden em sua conta no Twitter neste sábado.

Os protestos tornaram-se normais em muitas cidades dos Estados Unidos desde a morte de Floyd, em 29 de maio, em Minneapolis. Mais de 20 manifestações foram programadas para este sábado em Washington. Entre elas, esperava-se uma marcha em memória de George Floyd, que começaria no Lincoln Memorial. (Com agências internacionais).

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