'Murder Most Foul': culto à melancolia

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Bob Dylan inspirou-se depois de oito anos sem apresentar nada inédito e, em meio à maior crise sanitária dos últimos tempos, surgiu com uma canção de 17 minutos tendo como cenário o assassinato do presidente John F. Kennedy. A morte de um líder jovem e democrata como Kennedy, em 1963, quando ele tinha 46 anos, atingido em praça pública durante uma visita a Dallas, no Texas, o primeiro passo para a campanha de reeleição, é um dos maiores traumas da sociedade norte-americana. E Dylan resolveu reabri-lo.

A música é Murder Most Foul, algo como "Assassinato a Sangue Frio", e ela segue os preceitos das canções bravas e heroicas de Dylan dos anos 1960.

Algo o que faria com um violão e uma voz nos anos 1960, entremeado aos sopros da gaita acoplada ao pescoço - sopros e não solos, uma atitude cultural que poucos de fora do folk podem entender -, ele faz agora com uma base constituída de piano, teclado e um violino, além dos pratos da bateria usados apenas de forma climática, tudo flutuando em três acordes, tensão e repouso, para sua voz declamar memórias e reflexões a partir do assassinato de Kennedy. É triste, melancólico e hoje, mais do que qualquer outro dia, traz a aura de uma despedida próxima e inevitável, quase um filme do que Dylan viu até aqui.

Depois de lembrar do "dia sombrio em Dallas, novembro de 63, um dia que viverá na infâmia", ele discorre, sem refrão nem segunda parte, sobre estilhaços de lembranças. "Silêncio, filhinhos. Vocês vão entender. Os Beatles estão chegando; eles vão segurar sua mão", diz sobre os meninos de Liverpool aos quais ensinou como fumar um bom baseado.

Fala ainda da cantora de blues Etta James e pede ao mundo que "toquem Id Rather Go Blind", lembrando de um sofrido blues. E vem mais blues no verso seguinte. "Toque John Lee Hooker" fala de um de seus heróis, e "toquem Scratch My Back", mencionando a música de Slim Harpo, um grande gaitista da Louisana dos anos 1950.

Seus pensamentos passam por Woodstock e a Era de Aquário, de 1969. "Coloque sua cabeça pela janela, deixe os bons tempos rolarem", diz Dylan, aos 78 anos, descobrindo que o passado é o melhor lugar para se estar.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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