Líderes de países na TPP esperam avançar com o acordo após saída dos EUA

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A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de retirar os EUA da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), como prometido, levou outros países membros a buscarem formas de salvar o pacto comercial.

Líderes de algumas das outras 11 nações envolvidas na iniciativa disseram que esperam avançar com o acordo de alguma forma, com ou sem os EUA.

O primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, disse nesta terça-feira que conversou recentemente com os primeiros-ministros do Japão, Cingapura e Nova Zelândia, todos membros da TPP, e acreditavam que o pacto poderia sobreviver sem os EUA.

"Perder os Estados Unidos da TPP é uma grande perda, não há dúvida sobre isso", disse Turnbull a repórteres. "Mas não estamos prestes a ir embora de nosso compromisso com trabalhos australianos", acrescentou.

Trump disse que favorecerá acordos individuais com outras nações em vez de pactos multinacionais como o TPP. Como esperado, ontem, o novo presidente abandonou oficialmente o acordo comercial
em um de seus primeiros atos depois de tomar posse.

Defensores da TPP dizem que o acordo define um "padrão ouro" para o comércio moderno, com rigorosos requisitos de propriedade intelectual, mão-de-obra e proteções ambientais. Um dos principais objetivos era combater a crescente influência da China, que não faz parte do pacto.

Críticos disseram que o TPP colocaria os interesses corporativos à frente dos interesses soberanos nacionais.

O problema dos Estados Unidos sobre o negócio é um revés para os outros líderes de países que fazem parte da TPP e que investiram capital político na luta para conseguir sua ratificação.

Isso inclui o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que disse aos legisladores em um debate parlamentar que esperava obter o "entendimento" de Trump sobre a importância da TPP. Abe disse que espera se encontrar com Trump assim que possível.

O Japão concluiu o processo de ratificação da TPP na semana passada, bem ciente que Trump planejava abandoná-la. Abe disse que seus objetivos ainda são importantes e que a TPP poderia ser um modelo para os acordos comerciais com outras nações e a Europa.

Os outros 11 membros da TPP se reunirão para discutir os próximos passos, disse o ministro do Comércio da Malásia, Ong Ka Chuan. "Doze países assinaram a TPP, mas agora um quer sair. Os outros 11 podem continuar fazendo mudanças nas cláusulas. Existem muitas possibilidades e esses 11 países ainda podem prosseguir", disse ele a agência de notícias Bernama. Os outros membros da TPP são Canadá, México, Chile, Peru, Vietnã e Brunei.

Analistas dizem que, em tese, a China poderia aderir ao pacto após a saída dos EUA. Mas isso exigiria uma renovação do negócio. Na sua forma atual, a TPP só pode entrar em vigor depois de ser ratificada por seis países que representam 85% do Produto Interno Bruto (PIB) combinado de seus membros. Os EUA representaVAM 60% do PIB combinado da TPP, portanto, não dá para implementar como está agora.

O primeiro-ministro da Nova Zelândia, Bill English, disse que concorda com seu antecessor
John Key, que os EUA correm o risco de ceder alguma influência à China no Pacífico sem a TPP. Fonte: Associated Press

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