Cidades em risco de febre amarela pedem proteção para os macacos

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Secretarias de saúde e órgãos da vigilância sanitária de cidades da região norte do Estado de São Paulo, onde há risco de transmissão da febre amarela, estão em campanha para proteger os macacos. As populações rurais de ao menos trinta municípios no entorno de São José do Rio Preto e Ribeirão Preto estão sendo alertadas para informar sobre a existência desses primatas, caso sejam avistados, e denunciar eventual caça. A Polícia Ambiental intensificou a vigilância em matas da região.

Em Américo Brasiliense, onde uma moradora de 67 anos morreu com suspeita de ter contraído a febre, equipes da Secretaria Municipal de Saúde fazem buscas de possíveis animais mortos em matas do bairro Pirapora. A moradora pode ter se contaminado nessa área, onde vários exemplares vivos foram avistados. "Estamos pedindo que não matem os macacos, pois são as nossas sentinelas. Se achamos um animal morto, é um indicador de que o vírus está na área e isso permite as ações preventivas para evitar que a doença se espalhe", disse a diretora de Saúde, Eliana Marsili.

Segundo ela, como a moradora não viajou para outras regiões, se confirmada a doença, será um caso autóctone, ou seja, de contaminação na própria cidade. A mulher, moradora do bairro Santa Terezinha, na área urbana, esteve com a filha em uma cachoeira do Pirapora. "Ao contrário da filha, ela não estava imunizada. Já vacinamos moradores de todas as casas do entorno e, na cidade, a vacina passou a ficar disponível diariamente em todas as unidades de saúde."

Desde o ano passado, foram encontrados macacos mortos em 13 municípios da região, a maioria da espécie bugio. Somente em Ribeirão Preto, 41 macacos foram coletados em matas da zona rural. Desses, dois tiveram a doença confirmada, 20 foram descartados e 19 ainda aguardam o resultado dos exames. Na cidade, um homem de 52 anos, morador da zona rural, morreu em dezembro de 2016 e teve a causa confirmada. Outra morte pela febre amarela aconteceu em abril, em Bady Bassit, cidade vizinha a São José do Rio Preto.

Viaturas da Polícia Ambiental patrulham a região da Mata dos Macacos, na divisa entre os dois municípios. A Ambiental informou que a ação é preventiva e não houve denúncia de ataques aos macacos. A floresta é considerada um refúgio de bugios e macacos-prego e, como o local é frequentado por turistas que os alimentam, os animais são dóceis e se aproximam das pessoas. Na área, foram coletados cinco animais mortos. Técnicos da Vigilância Epidemiológica também capturaram mosquitos do gênero Haemagogus contaminados pelo vírus.

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