Com alívio no câmbio, juros futuros encerram semana em novas mínimas históricas

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A semana do Copom terminou com as taxas dos principais contratos de juros renovando pisos históricos de fechamento, ainda embaladas pelas projeções de inflação otimistas trazidas pelo comunicado da decisão de política monetária, após o estresse no dólar na quinta à tarde ter interrompido a empolgação dos investidores. Nesta sexta-feira num movimento mais racional e com o câmbio comportado, as taxas estiveram em baixa durante toda esta sexta-feira de noticiário sem força para fazer preço.

A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou pela primeira vez abaixo de 5%, a 4,980%, de 5,029% quinta no ajuste. A do DI para janeiro de 2023 fechou a 6,08%, de 6,191% no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 6,811% para 6,70%. As taxas curtas tiveram alívio em torno de 40 pontos-base na semana e as longas, entre 20 e 30 pontos.

Após o Copom ter indicado no comunicado que mesmo com o dólar mais elevado e Selic mais baixa a inflação fica aquém da meta para 2020, o desempenho do câmbio agora concentra mais as atenções da renda fixa. "O dólar mais calmo é tudo o que a gente precisa, o resto o BC já avisou que vai fazer", disse um gestor. A trajetória das taxas se manteve firme na descendente mesmo quando a moeda bateu máximas intraday acima de R$ 4,18. "Ao contrário de ontem (quinta), hoje (sexta) o mercado viu que dá para o juro cair mesmo com o dólar subindo", disse a fonte. Afinal, a economia muito fraca reduz o potencial de repasse aos preços.

Nas contas do mercado, os R$ 4,20 no câmbio são emblemáticos porque nesta marca a inflação chega até a meta de 4% no ano que vem e o Copom ainda conseguiria trazer a Selic para 5%. "Mais do que isso é difícil furar os 5%, mas o BC está conseguindo se impor e o mercado está respeitando os R$ 4,20", disse. Após subir até a máxima de R$ 4,1835, o dólar à vista se firmou em queda durante à tarde para fechar em R$ 4,1537.

Além do dólar como variável-chave, os dados de inflação a partir de agora devem gerar ainda mais expectativa diante dos números apresentados pelo BC no comunicado. Na próxima terça-feira, o IBGE divulga o IPCA-15 de setembro às 9 horas, mas antes, às 8 horas, o Banco Central divulga a ata do Copom. "O IPCA-15 deve dar mais suporte para o que o BC vem sinalizando e a ata pode trazer um indicativo sobre essa alteração nos modelos de inflação", disse Mauricio Patini, gestor de renda fixa da Absolute Investimentos.

Na curva a termo, a precificação de corte da Selic para outubro era de 44 pontos-base nesta tarde, ou 77% de chance de queda de 0,5 ponto porcentual e 23% de possibilidade de redução de 0,25 ponto, segundo a Quantitas Asset.

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